segunda-feira, 10 de abril de 2017

Theatro São Pedro - Porto Alegre - RS

O teatro mais antigo da cidade de Porto Alegre, RS, palco de espetáculos e muitas emoções. O Teatro São Pedro foi inaugurado em 27 de junho de 1858.
 
Origens:
Em 1833, o presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Manuel Antônio Galvão autorizou e doou terreno na Praça da Matriz para a construção de um teatro com fins de auxiliar a Santa Casa de Misericórdia. Durante a Revolução Farroupilha a obra parou.

Os trabalhos continuaram com subsídios do governo em 1850. O projeto foi executado pelo arquiteto alemão Phillip von Normann e a decoração ficou também com arquiteto alemão Emil Julious Textor, que usou veludo e ouro. A obra do teatro em estilo neoclássico era luxuosa para a época e para a cidade, tinha capacidade para 700 pessoas.



Foi constituída uma sociedade para conservar e fazer frente as despesas, porém o imóvel foi desapropriado em 1861.
Palco de emoções e grandes espetáculos por mais de 100 anos como a Orquestra de Versalhes, o grupo francês Les Comediens des Champs- Elisées, apresentações de pianistas famosos como Arhur Rubinstein, Friedrich Gulda, Magda Tagliaferro e Claudio Arrau, do maestro Heitor Villa-Lobos e de atores famosos como Paulo Gracindo, Paulo Autran, Fernanda Montenegro etc..
Nos anos 50 o teatro passou por reformas nos camarotes que foram recobertos com grades de ferro e pinturas nas paredes. De 1957 a 1973 foi sede provisória do MARGS, no foyer do teatro. 

No início dos anos 70 o velho casarão estava com sua estrutura abalada pelos cupins, o teatro foi interditado em 1973 e dois anos após iniciaram as obras tendo a frente o arquiteto Carlos Antonio Mancuso e a administração ficou a cargo da empreendedora cultural de origem alemã, Eva Sopher.
Em 1984 o teatro, restaurado, abre as portas. Apresentam-se no teatro o Grupo Cem Modos com a peça O Julgamento do Cupim, o musical Piaf de Bibi Ferreira e apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira regida pelo maestro Isaac Karabtchevsky.
Em 1982 foi criada uma fundação para sua administração: Fundação Theatro São Pedro, dirigida por Eva Sopher, ligada a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Eva Sopher foi muito importante na administração do teatro, em 2015 recebeu a Medalha de Goethe, do Instituto alemão Goethe pelo sucesso na gestão no teatro São Pedro, criando um espaço internacional para apresentação de todos os estilos.
Desde 1985 o teatro conta com uma Orquestra de Câmara que possui em torno de 20 integrantes com instrumentos do naipe cordas. Seus concertos oficiais são realizados no Teatro São Pedro com a participação de nomes importantes do mundo da música.


  Não deixe de observar o lustre principal e a pintura do forro. O lustre possui 35 mil peças de cristal. O forro tem imagens da flora e fauna do estado, pintura dos artistas Carlos Antônio Mancuso, Léo Dexheimer, Plínio Bernhardt e Danúbio Gonçalves. Visite também o Memorial do Theatro São Pedro com exposições que resgatam a memória jornalística e fotográfica do teatro.








 Apresentação "A Sbornia Kontr'Atacka" Hique Gomez e Simone Rasslan no Teatro São Pedro em janeiro de 2017 com alguns clássicos de "Tangos e Tragédias"












 

terça-feira, 4 de abril de 2017

Clube do Comércio

Clube do Comércio

Visitando o centro histórico de Porto Alegre uma sugestão de almoço é no Clube do Comércio, aproveitando para conhecer esse grandioso clube que ostentava a riqueza da alta sociedade gaúcha. 
Fachada eclética, construído em finais dos anos 30


Atualmente é um centro de eventos com restaurante

 Clube de famílias tradicionais da alta sociedade de Porto Alegre, fundado em 1896. A sede própria foi executada pela empresa Dahne, Conceição e Cia, iniciada  em 1938. O prédio tem estilo eclético com predomínio do estilo art déco.  Espelhos de cristal rosado e vidro de cristal negro foram  importados da Europa.  Em 1943 foi realizado, no Salão Rosado, o primeiro baile de debutantes do estado, o Baile do Perfume. Astros da música  se apresentaram no clube a partir da década de 60, como Elis Regina, Erasmo, Roberto Carlos, Wanderleia.

Os salões do primeiro andar se tornaram ponto de encontro de políticos. Campeonatos de sinuca e bridge eram realizados nos salões de jogos,

 








Banco Safra

Banco Safra

Junto a Praça da Alfândega, centro de Porto Alegre há muitos prédios históricos de grande beleza.

O prédio do atual Banco Safra, foi inaugurado em 1913, foi sede da companhia de seguros Previdência do Sul. Foi sede também  do Cine Guarany, até ser ocupado pelo Banco Safra, banco nacional privado.



 A fachada é grandiosa com muitos ornamentos


O prédio possui cinco pavimentos, foi projetado pelo arquiteto alemão radicado no Brasil Theodor Wiederspahn, do escritório do engenheiro Rudolf Ahrons, o escritório mais importante de engenharia e construção de Porto Alegre até a I Guerra Mundial. Theodor Wiederspahn projetou muitos prédios no estilo eclético, mas com forte influência da arquitetura alemã, como o hotel Majestic, atual Casa de Cultura Mário Quintana, o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, MARGS entre outros.

A entrada central em recuo possui um grande arco com um frontispício com esculturas representando a cabeça de Hermes e uma figura feminina representando a Segurança da Navegação. A entrada central é ladeada por entradas laterais. O prédio tem um frontão com esculturas  e duas cúpulas de bronze laterais.

Conjunto de esculturas do frontispício


Para saber mais sobre o arquiteto Wiederspahn:


domingo, 2 de abril de 2017

Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul

Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul
A Biblioteca Pública foi criada em 1871 no antigo prédio do Liceu Dom Afonso.

Esse prédio em que está sediada atualmente é de 1912, projeto de Affonso Hebert. O projeto da estrutura, com a ampliação dos fundos finalizou em 1921.
 Em 1922 foi inaugurada com todo o luxo da decoração do interior. Mármores, pinturas e esculturas. As paredes internas são decoradas com pinturas decorativos de Fernando Schlater, esculturas de mármore e bronze de Alfred Adloff, Euardo de Sá e Giuseppe Gaudenzi. Cada espaço com um estilo diferente.


A fachada tem estilo eclético, com bustos de vultos positivistas. O acervo bibliográfico é muito rico, com obras raras. Ali acontece muitos eventos culturais, em destaque para os recitais de música de câmara.



Inacreditável, mas na década de 50 as ricas pinturas murais de muitas salas foram apagadas com tinta por cima!  Na década de 60  o Salão Mourisco e o Egípcio tiveram restaurações desastradas. Na década de 70 muitos móveis foram transferidos para o Palácio Piratini. Em 2007 passou por reformas na infraestrutura. A biblioteca ficou oito anos na Casa de Cultura Mario Quintana, com grande acerto de títulos, a volta ao prédio histórico aconteceu no final de 2015.



Por baixo da tinta neutra riquíssimas pinturas!


Salão Mourisco

Detalhes do Salão Egípcio





A inauguração do imponente prédio foi um acontecimento muito importante para a cidade, na época Borges de Medeiros era o presidente do estado. Muitas pessoas ilustres compareceram, bem como estrangeiros representando governos da Inglaterra, França, Alemanha, Portugal, Itália, Estados Unidos, Argentina e Uruguai.


sábado, 1 de abril de 2017

Museu de Arte do RS

Museu de Arte do RS

O Museu leva o nome de Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli. Ado Malagoni era professor e artista paulista, que na década de 50 estava radicado no sul do país.




História do prédio:
Este prédio foi construído para ser a sede da Delegacia Fiscal da Fazenda do Estado. A empresa Ahrons fez um projeto luxuoso, negado pelo governo federal, mas validado com a posse do gaúcho Rivadávia Correia para Ministro da Fazenda, as obras iniciaram em 1913, com o projeto do arquiteto Theodor Wiederspahn, empregando 300 operários. Todas as esculturas foram feitas por Alfred Adloff. As cúpulas de bronze deveriam ter vindo da Alemanha, porém, devido a I Guerra,  foram confiscadas para fundição de canhões, ficando sem cobertura até 1922.
O saguão e o salão principal são decorados com mármore branco, ladrilhos geométricos no piso, azulejos coloridos na paredes com figuras em relevo. Há um grande vitral sobre o salão principal.
Estatuas do Frontispício: Ceres e Hermes sob o brasão da República.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul:
O MARGS foi instituído pelo governo do estado em 1954  (Decreto nº 5065, sem sede própria e nem acervo. A primeira exposição foi no Teatro São Pedro e só em 1970 mudou-se para a sede atual.
 Somente na década de 70  passou a ser usado como Museu. Foi tombado pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,em 1981,  órgão nacional e pelo IPHAE, órgão Estadual, em 1985.


Esse museu foi uma das chaves que trouxe o Modernismo ao RS. Ali se encontram o mais importante acervo público da arte gaúcha com mostras nacionais e estrangeiras. Há também cursos, oficinas práticas, palestras, seminários e visitas guiadas.

No primeiro piso há três salas de exposição, no segundo piso há mais 5 salas de exposição bem como biblioteca e auditórios. Há um terraço aberto no terceiro piso com material do restauro e da oficina de arte.

 Site do MARGS: http://www.margs.rs.gov.br/

TOUR VIRTUAL:
http://www.margs.rs.gov.br/tour-virtual/

Praça da Alfândega

A Praça da Alfândega em Porto Alegre não é famosa somente por sediar  a Feira do Livro, mas por ter em seu redor prédios históricos preciosos que nos remetem ao rico passado histórico de Porto Alegre:  o antigo Correios e telégrafos hoje  Memorial do Rio Grande do Sul;  MARGS, o Museu de Artes do Rio Grande do Sul; Sede do Banco da Província, hoje Santander Cultural;  Edifício do Clube do Comércio; Edifício do antigo Cinema Imperial; Edifício do Banco Safra. Teatros, museus, bibliotecas, arquivo histórico, prédios públicos que foram tombados para preservar a história da cidade.

A praça foi batizada em 1881 com o nome de Praça Senador Florêncio, mas não é por esse nome que é conhecida e sim pelo nome popular Praça da Alfândega.


A Praça da Alfândega fica no centro histórico de Porto Alegre, entre a rua dos Andradas  e a rua Sete de Setembro. Essa praça possui diversos monumentos como o Monumento ao General Osório, Monumento ao Barão do Rio Branco e diversos bustos ( Caldas Júnior, Antonio Carlos Lopes, Leonardo Truda, Barão de Santo Ângelo) e o simpático grupo de escritores, onde Drummond lê para Mário Quintana. 

Monumento aos Poetas, na rua da Praia, é obra de Francisco Stockinger e Elísa Tregnago. Escultura em bronze em homenagem à Mario Quintana (sentado) e Carlos Drummond Andrade (de pé)

As esculturas foram inauguradas na 47ª Feira do Livro em outubro de 2001. A feira do Livro acontece a cada ano desde 1955, atraindo milhares de pessoas na compra de livros e na plateia de uma diversidade de espetáculos que acontecem durante a Feira.




A Fuga - Obra em cimento da artista Miriam Obino 1937, coleção do MARGS.





Monumento ao General Osório, 1933, na base de granito inscrições de autoria do general:  "A data mais feliz de minha vida seria aquela em que me dessem a notícia de que os povos civilizados festejavam a sua confraternização queimando os seus arsenais", e   "É fácil a tarefa de comandar homens livres, basta indicar-lhes o caminho do dever".

História

 Seu nome Praça da Alfândega veio naturalmente devido a sua localização como ponto de desembarque de passageiros e mercadorias.

Esta praça  surgiu em fins do século XVIII junto com o próprio movimento do povoado, às margens do rio Guaíba. Em 1783 foi construído um cais de pedra para desembarque de mercadorias e passageiros, 20 anos mais tarde o ancoradouro foi ampliado com construção de ponte, cais e trapiche. A praça, junto ao prédio da primeira alfândega se chamava  Praça da Quitanda, local dos comerciantes e quitandeiros. Em meadas do século XIX foi construído um muro de pedra com escadaria e em 1866  a Cia Hidráulica Porto-alegrense instalou um chafariz de ferro bronzeado, árvores foram plantadas e mais tarde foram instalados bancos e quiosques.
Com a  República e a política dos transportes  do governo Borges de Medeiros, Porto Alegre foi o local ideal para a construção de um porto modelo, unindo  o interior do estado, através da Lagoa dos Patos. A construção do cais começa na Praça da Alfândega com uma larga avenida margeada de palmeiras,  com canteiro central dividindo as duas pistas.


Não deixe de conferir: 

http://www2.portoalegre.rs.gov.br/vivaocentro/default.php?reg=9&p_secao=118
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Praca_da_Alfandega.pdf

Antigo Prédio dos Correios





O antigo prédio dos Correios e Telégrafos possui 3.600 m² de área. Foi projetado pelo arquiteto Theodor Wiederspahn e pelo engenheiro Rudolf Ahrons. Construído entre 1910 e 1913.  O estilo é eclético com influencia barroca.
Possui ornamentações, esculturas, torre com relógio e cúpulas de metal.  Esse prédio foi tombado em 1980 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Através de um convênio com o governo estadual e federal surgiu a criação do espaço Memorial, em 1996, no antigo prédio dos Correios e Telégrafos. Em 1998 passou por restauro completo,  com climatização para sediar o Arquivo Histórico do RS e  salas do Tesouro, foram construídos elevadores e claraboias para permitir a integração das áreas. Após o restauro tomou o nome de  Memorial do Rio Grande do Sul, sede da memória gaúcha.
 A Exposição Linha do Tempo, inaugurada em 2000, é um acervo riquíssimo que  conta a história do RS desde seus primeiros habitantes: A Chegada do Homem ao RS é o primeiro painel. Influencia dos povos indígenas. A chegada dos Exploradores Europeus. A Guerra Guaranítica, Revolução Farroupilha etc.. é uma exposição permanente no Memorial.





 O quadro A Cocagna que atraiu os imigrantes para o Brasil, país da fartura





Esculturas da fachado do prédio,  representando o grupo do Atlas, do escultor Wenzel Folberger



O Memorial é um centro de informação e divulgação da história do RS, com coleção de objetos, mapas, gravuras, fotos livros etc. No saguão do prédio há uma exposição  contando os principais momentos históricos do RS com 36 painéis temáticos com textos, ilustrações, mapas e 52 módulos. Há vários espaços, como auditórios, museu, sala de vídeo, e sala multiuso. Destacamos a Sala Verde dos Correios onde é apresentado material para conscientização ambiental,  parceria com o Ministério do Meio Ambiente.
A sala do Tesouro possui coleção do Arquivo Histórico do RS com manuscritos raros.

Destacamos também os cadernos de história do memorial do professor historiador Voltaire Schilling sobre temas históricos com mais de 30 títulos.

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