Passeio com alunos
Museu Municipal de
Caxias do Sul
Rua Visconde de
Pelotas, 586
Bairro Centro Fone 3221
2423 – Caxias do Sul - RS
A edificação é do
final do século XIX, desde 1975 foi transformada em museu. Abriga um
acervo em torno de 10 mil peças obtidas por meio de doações. São
6 salas de exposição que nos remetem ao desenvolvimento de nossa
região a partir da imigração italiana, baseada na pequena
propriedade rural e na diversidade de ofícios.
Começamos o passeio
dividindo a turma em duas. Monitoras Deise e Greice.
Seguimos com a
monitora Greice. Subimos uma escadaria que nos levou ao andar de
cima. Em expositores de vidro visualizamos resquícios de índios
dessa região.
Tradição Umbu, de até 12.000 anos atrás, vimos
restos de sambaquis. Na tradição Taquara, até 2.000 anos atrás
vimos mãos de pilão. Na tradição Tupiguarani vimos restos de
cerâmica, possíveis urnas funerárias.
Passamos por imagens
grandes de imigrantes e seus baús, nos reportando ao porto de
Gênova, na Italia. É o começo da história da imigração
italiana na nossa região. Vimos o famoso quadro-propaganda,
“Cocagna”, usada pelo governo para atrair imigrantes ao Brasil.
Cocagna, terra da fartura, de onde jorram vinho dos “rios, salames
dão nas árvores, frangos assados caem do céu. É a terra da
fartura.
Os imigrantes chegavam
de navio, após 30 a 40 dias de viagem. Chegavam no Rio de Janeiro,
onde ficavam 40 dias, a quarentena para evitar a transmissão de
doenças. 1875 é o ano da primeira leva de imigrantes italianos. A
figura do agrimensor grande com o teodolito na mão é destaque, pois
ele media as terras que seriam divididas entre os colonos no sul do
Brasil.
No corredor ao fundo um
grande quadro de 1955, de Jorge Leitão. A terra da Cocagna precisava
ser trabalhada. Era só mato e dificuldades. A floresta densa
precisava ser desmatada para construir as moradias e os povoados. A
tela mostra no primeiro plano à esquerda, homens cortando pinheiros
para fazer a madeira das casas. uma serraria à esquerda ao fundo,
imprescindível no meio da floresta. À direita uma moradia dividida
em duas, cozinha separada do resto da casa, pois não tinham fogão e
o fogo no chão podia incendiar tudo. Um rio atravessa o centro da
tela, floresta de pinheiros ao fundo. Carro de bois puxando toras,
mulher lavando roupas no rio, forno de barro ao lado da casa.
Ao pé
do quadro uma bancada com ferramentas alusivas à pintura, serrotes,
machados, armadilhas para caça. Os imigrantes recebiam as
ferramentas do governo, junto com a terra, para poder dar inicio ao
cultivo e construção de moradia.
Ao lado armas,
sciopa, também conhecida por “Espera um Pouco”, pois era
carregada pelo cano. Tacho de cobre, arado, balancim (pescoço dos
bois), slita um tipo de reboco para carregar puxado por bois ou mula,
moedor. No centro outros maquinários, Debulhador de milho,
furmificador, fole para matar formigas, manguá, instrumento composto
de dois paus para bater o feijão.
Máquina vinda da
Alemanha para cortar pasto, com a réplica de madeira feita pelos
imigrantes.
Esventolon, para limpar
feijão, milho e arroz.
Moinho para fazer
farinha de milho.
Moinho de pedra tocado
com água.
Centrífuga de mel.
Geladeira de 1910, o
gelo vinha de S. Leopoldo de trem, durava 1 dia.
Alambique para fazer a
graspa, estampa dos barris
Maquina de sulfatar
para passar nos parreirais protegendo-os dos fungos.
Batedeira de manteiga
Torrador de grãos
Moedor de canela e
pimenta
Moedor de carne e
moedor de tomates
Entramos no corredor
das profissões.
O marceneiro trabalha
com madeira, suas ferramentas estavam expostas :
Rebolo, torno tocado
com o pé,
Lambrequins eram muito
usados nos telhados, fazendo o papel da calha, pois ajudavam no
escoamento da água. Nas varandas usavam balaustrada.
Num outro nicho
encontramos maquinaria para fazer as vassouras de palha.
Alfaiate – profissão
relativa aos homens, vimos manequim de madeira.
Sapateiro: Vimos
máquinas de costurar couro, sapatos, celas canastra.
Ferreiro: profissão do
que transforma o ferro.
Estavam expostas a bigorna e elementos de uso do tropeiro, fechaduras, relhos, cincerros, guampa, cantil, celim. O celim era usado pelas mulheres que, de vestido, sentavam de lado no cavalo. Canastra de tropeiro, baús para carregar mercadorias e bruacas. O tropeiro era muito importante nesse período, pois através dele faziam-se as trocas, ou compra e venda de artigos de um lugar para outro.
Estavam expostas a bigorna e elementos de uso do tropeiro, fechaduras, relhos, cincerros, guampa, cantil, celim. O celim era usado pelas mulheres que, de vestido, sentavam de lado no cavalo. Canastra de tropeiro, baús para carregar mercadorias e bruacas. O tropeiro era muito importante nesse período, pois através dele faziam-se as trocas, ou compra e venda de artigos de um lugar para outro.
O armazém era o secos
e molhados, a bodega, ali se encontrava de tudo, na tulha, enorme
caixa de madeira com repartições estocavam farinhas e grãos a
granel.
A direita enormes
estantes escuras com portas envidraçadas nos remetem às boticas da
época. Móveis e artigos da extinta Farmácia D’Arrigo, a botica
da época, os materiais do boticário não eram descartáveis, as
seringas eram de vidro, vimos bisturis, vidros de remédio e
perfumarias como pó de arroz. O farmacêutico mexia com químicas,
misturava e pesava fazendo os remédios.
No centro uma mesa
dobrável num dos cantos, ninguém soube que era uma mesa de parto.
A barbearia Mantovani
está representada pela placa da barbearia, cadeira, espelho e
navalhas. À esquerda um armário de ferro envidraçado mostrando
artigos de dentista, um vidro grande com tampa cheio de dentes
significava prestígio para os dentistas da época, pois o principal
papel deles era arrancar os dentes substituindo-os por dentaduras de
porcelana, muito caras na época.
Descemos um degrau e entramos numa sala representando a Metalurgica Eberle.
Descemos um degrau e entramos numa sala representando a Metalurgica Eberle.
Uma enorme tela mostra
homens trabalhando na primitiva metalúrgica. A guia nos contou que
por volta de 1896 a Eberle era uma funilaria. Mostrou-nos a calhandra
que arredonda metais.
Em 1903 chegou a eletricidade e a Eberle trouxe o primeiro motor elétrico, exposto no museu. Eles fabricavam artigos domésticos, utensílios para montaria, artigos sacros, facas para exército. No chão estavam expostos baús onde os viajantes carregavam as mercadorias para vendê-las em outras localidades. Vimos uma grande piteira no formato de um nó, que virou símbolo da metalúrgica.
Réplica da Metalúrgica Eberle
Em 1903 chegou a eletricidade e a Eberle trouxe o primeiro motor elétrico, exposto no museu. Eles fabricavam artigos domésticos, utensílios para montaria, artigos sacros, facas para exército. No chão estavam expostos baús onde os viajantes carregavam as mercadorias para vendê-las em outras localidades. Vimos uma grande piteira no formato de um nó, que virou símbolo da metalúrgica.
O busto de Abramo Eberle em frente ao quadro parecia
contemplar sua obra, em 1945 ele morreu passando a metalúrgica para
seus filhos. A empresa foi a falência e atualmente está nas mãos
da Mundial S|A.
Entramos num espaço
sacro.
Um quadro esculpido em madeira, obra de Tarquini Zambelli,
realizada em 10 anos, de 1890 a 1900. Foi premiada num concurso em
Porto Alegre na época. Paramos para analisar a obra: A deusa da
fartura estende a mão para o imigrante, representado por uma
criança. Ela segura a bandeira do Brasil, ao lado avistamos o deus
Mercúrio jogando moedas. O sol ao fundo representa a fartura vinda
com os imigrantes, no primeiro plano elementos que nos remetem a
colônia italiana, uva parreirais, casa de madeira, produção etc...
Santos cobriam as duas
paredes laterais e uma linha central, junto com capelas. Abrindo a
fila central uma imagem muito rústica da Pietá, restaurada,
encontrada em um galinheiro.
Uma capela antiga, datada de 1400, é o
artigo mais antigo do museu.
Ao lado uma cruz de procissão com
vários objetos representando os elementos da crucificação de
Jesus. No fundo um capitel de madeira, os capitéis eram construídos
em estradas, feitos de pedra, local onde se podia rezar. Do outro
lado muitos moldes de gesso de santos, um grande quadro da pintura de
São Marcos e o leão, depois uma cadeira personalizada, usada nas
igrejas e ao fundo uma imagem grande de Santa Terezinha das Rosas.
Vimos também uma grande matraca, usada para chamar os fiéis para
eventos sacros.
A visita foi
interrompida. Passamos para uma sala de vídeo. Assistimos ao filme
“Campo dos Bugres”.
Esse vídeo relata a
entrada de Antonio Machado de Souza pelo campo dos bugres chegando à
campanha. Na época em que os alemães já tinham chegado ao Brasil,
por volta de 1824. Havia 4 localidades importantes no sul do Brasil
na época: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antonio da
Patrulha. A região do planalto era inexplorada, mata fechada,
falavam em índios, rios cristalinos e pedras preciosas. Antonio
Machado pretendia abrir uma trilha para alcançar a região serrana
por esse atalho, por essa época chegava-se a região serrana pelo
litoral. Ele saiu em março de 1864, iniciando a travessia, chegou ao
Arroio dos Franceses, os dois irmãos encomendaram um queijo serrano,
prova da vitória da proeza. A caravana entrou em trilhas de porco
do mato, taiasuape. Encontraram resquícios de índios, marco da
presença dos bugres. Exploraram a enconsta, depois de dias de viagem
se depararam com vestígios de bugres em área desmatada com fortes
vertentes e um lajeado. Os índios viviam de caça, pesca e coleta de
pinhão, habitavam buracos, provavelmente para se proteger do frio..
O campo dos Bugres como foi chamado é hoje o centro de Caxias do
Sul. Após a urbanização da cidade esse arroio foi canalizado.
Antonio Machado atingiu
os campos de cima da Serra chegando as regiões que é hoje Vila Seca
e Criúva, na época pertencentes a Santo Antônio da Patrulha.
Conseguiram o queijo e entregaram a encomenda. Através de um índio
velho souberam de relatos de uma batalha nessa região entre os
índios daqui e os índios que vieram de Santa Catarina, esclarecendo
sobre os dois montes encontrados no Campo dos Bugres, montes de
corpos enterrados das vítimas da batalha.
Após a passagem de
Antonio Machado os tropeiros começaram a utilizar essa nova rota.
Foram 51 dias de viagem onde descobriram o Campo dos Bugres, esse
caminho hoje é a Av. Rio Branco que leva a Ana Rech.
Saindo da sala de vídeo
entramos na sala da mulher, com quarto montado, sala e cozinha.
Aquecedor, Mena rosto.
No centro da mesa vimos
como se faz o linho, a dressa com a palha, e cestos de vime.
A exposição de
brinquedos encantou as crianças, bonecas de todos os tipos, das mais
rústicas as de porcelana.
Passamos para a sala de
exposições provisórias: Exposição Palavra e Cenário São
Marcos da Linha Feijó.
Fotos do Clube do
Fotógrafo da região de São Marcos da Linha Feijó, mescladas com
cartas do imigrante Paolo Rossato, através de relatos de seu modo
de vida e de seus descendentes.
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