sexta-feira, 12 de julho de 2013

Igreja São Cristóvão

Igreja São Cristóvão - Ana Rech - Caxias do Sul - RS



 Ousadia da arquitetura lembrando um caminhão
Pórtico da entrada de Ana Rech

Por volta de 1950 foi construído um oratório na Encruzilhada de Ana Rech com a imagem de São Cristóvão. Foi escolhido um  ponto estratégico, na BR 116 e entrada de Ana Rech.   Dois anos após foi realizada a primeira festa dos motoristas. A nova capela foi iniciada em 1985, com o projeto de um caminhão. Em 1999 o templo em forma de caminhão  estava pronto, foi abençoada pelo Bispo Dom Paulo Moretto. As comunidades do entorno são Marianinha, Loteamento São Cristóvão e Jardim do Lago.
A Festa dos Motoristas acontece em julho.

Parte frontal da igreja

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Imersão no Museu

Museu Municipal de Caxias do Sul - RS
Passeio com alunos



Museu Municipal de Caxias do Sul
Rua Visconde de Pelotas, 586
Bairro Centro Fone 3221 2423 – Caxias do Sul - RS

A edificação é do final do século XIX, desde 1975 foi transformada em museu. Abriga um acervo em torno de 10 mil peças obtidas por meio de doações. São 6 salas de exposição que nos remetem ao desenvolvimento de nossa região a partir da imigração italiana, baseada na pequena propriedade rural e na diversidade de ofícios.

Começamos o passeio dividindo a turma em duas. Monitoras Deise e Greice.
Seguimos com a monitora Greice. Subimos uma escadaria que nos levou ao andar de cima. Em expositores de vidro visualizamos resquícios de índios dessa região. 
Tradição Umbu, de até 12.000 anos atrás, vimos restos de sambaquis. Na tradição Taquara, até 2.000 anos atrás vimos mãos de pilão. Na tradição Tupiguarani vimos restos de cerâmica, possíveis urnas funerárias.
 

Passamos por imagens grandes de imigrantes e seus baús, nos reportando ao porto de Gênova, na Italia. É o começo da história da imigração italiana na nossa região. Vimos o famoso quadro-propaganda, “Cocagna”, usada pelo governo para atrair imigrantes ao Brasil. Cocagna, terra da fartura, de onde jorram vinho dos “rios, salames dão nas árvores, frangos assados caem do céu. É a terra da fartura. 
Os imigrantes chegavam de navio, após 30 a 40 dias de viagem. Chegavam no Rio de Janeiro, onde ficavam 40 dias, a quarentena para evitar a transmissão de doenças. 1875 é o ano da primeira leva de imigrantes italianos. A figura do agrimensor grande com o teodolito na mão é destaque, pois ele media as terras que seriam divididas entre os colonos no sul do Brasil.
No corredor ao fundo um grande quadro de 1955, de Jorge Leitão. A terra da Cocagna precisava ser trabalhada. Era só mato e dificuldades. A floresta densa precisava ser desmatada para construir as moradias e os povoados. A tela mostra no primeiro plano à esquerda, homens cortando pinheiros para fazer a madeira das casas. uma serraria à esquerda ao fundo, imprescindível no meio da floresta. À direita uma moradia dividida em duas, cozinha separada do resto da casa, pois não tinham fogão e o fogo no chão podia incendiar tudo. Um rio atravessa o centro da tela, floresta de pinheiros ao fundo. Carro de bois puxando toras, mulher lavando roupas no rio, forno de barro ao lado da casa.

 
 Ao pé do quadro uma bancada com ferramentas alusivas à pintura, serrotes, machados, armadilhas para caça. Os imigrantes recebiam as ferramentas do governo, junto com a terra, para poder dar inicio ao cultivo e construção de moradia.
Ao lado armas, sciopa, também conhecida por “Espera um Pouco”, pois era carregada pelo cano. Tacho de cobre, arado, balancim (pescoço dos bois), slita um tipo de reboco para carregar puxado por bois ou mula, moedor. No centro outros maquinários, Debulhador de milho, furmificador, fole para matar formigas, manguá, instrumento composto de dois paus para bater o feijão.
Máquina vinda da Alemanha para cortar pasto, com a réplica de madeira feita pelos imigrantes.
Esventolon, para limpar feijão, milho e arroz.
Moinho para fazer farinha de milho.
Moinho de pedra tocado com água.
Centrífuga de mel.

Geladeira de 1910, o gelo vinha de S. Leopoldo de trem, durava 1 dia.


Alambique para fazer a graspa, estampa dos barris
Maquina de sulfatar para passar nos parreirais protegendo-os dos fungos.
Batedeira de manteiga
Torrador de grãos
Moedor de canela e pimenta
Moedor de carne e moedor de tomates

Entramos no corredor das profissões. 

O marceneiro trabalha com madeira, suas ferramentas estavam expostas :
Rebolo, torno tocado com o pé,
Lambrequins eram muito usados nos telhados, fazendo o papel da calha, pois ajudavam no escoamento da água. Nas varandas usavam balaustrada.

Num outro nicho encontramos maquinaria para fazer as vassouras de palha.

Alfaiate – profissão relativa aos homens, vimos manequim de madeira.

Sapateiro: Vimos máquinas de costurar couro, sapatos, celas canastra.
Ferreiro: profissão do que transforma o ferro.

                               
Estavam expostas a bigorna e elementos de uso do tropeiro, fechaduras, relhos, cincerros, guampa, cantil, celim. O celim era usado pelas mulheres que, de vestido, sentavam de lado no cavalo. Canastra de tropeiro, baús para carregar mercadorias e bruacas. O tropeiro era muito importante nesse período, pois através dele faziam-se as trocas, ou compra e venda de artigos de um lugar para outro.

O armazém era o secos e molhados, a bodega, ali se encontrava de tudo, na tulha, enorme caixa de madeira com repartições estocavam farinhas e grãos a granel.

A direita enormes estantes escuras com portas envidraçadas nos remetem às boticas da época. Móveis e artigos da extinta Farmácia D’Arrigo, a botica da época, os materiais do boticário não eram descartáveis, as seringas eram de vidro, vimos bisturis, vidros de remédio e perfumarias como pó de arroz. O farmacêutico mexia com químicas, misturava e pesava fazendo os remédios.
No centro uma mesa dobrável num dos cantos, ninguém soube que era uma mesa de parto.
A barbearia Mantovani está representada pela placa da barbearia, cadeira, espelho e navalhas. À esquerda um armário de ferro envidraçado mostrando artigos de dentista, um vidro grande com tampa cheio de dentes significava prestígio para os dentistas da época, pois o principal papel deles era arrancar os dentes substituindo-os por dentaduras de porcelana, muito caras na época.

Descemos um degrau e entramos numa sala representando a Metalurgica Eberle.

 Uma enorme tela mostra homens trabalhando na primitiva metalúrgica. A guia nos contou que por volta de 1896 a Eberle era uma funilaria. Mostrou-nos a calhandra que arredonda metais.
                                 
Réplica da Metalúrgica Eberle

 Em 1903 chegou a eletricidade e a Eberle trouxe o primeiro motor elétrico, exposto no museu. Eles fabricavam artigos domésticos, utensílios para montaria, artigos sacros, facas para exército. No chão estavam expostos baús onde os viajantes carregavam as mercadorias para vendê-las em outras localidades. Vimos uma grande piteira no formato de um nó, que virou símbolo da metalúrgica. 



O busto de Abramo Eberle em frente ao quadro parecia contemplar sua obra, em 1945 ele morreu passando a metalúrgica para seus filhos. A empresa foi a falência e atualmente está nas mãos da Mundial S|A.
Entramos num espaço sacro.



 Um quadro esculpido em madeira, obra de Tarquini Zambelli, realizada em 10 anos, de 1890 a 1900. Foi premiada num concurso em Porto Alegre na época. Paramos para analisar a obra: A deusa da fartura estende a mão para o imigrante, representado por uma criança. Ela segura a bandeira do Brasil, ao lado avistamos o deus Mercúrio jogando moedas. O sol ao fundo representa a fartura vinda com os imigrantes, no primeiro plano elementos que nos remetem a colônia italiana, uva parreirais, casa de madeira, produção etc...



Santos cobriam as duas paredes laterais e uma linha central, junto com capelas. Abrindo a fila central uma imagem muito rústica da Pietá, restaurada, encontrada em um galinheiro. 


Uma capela antiga, datada de 1400, é o artigo mais antigo do museu. 
 

Ao lado uma cruz de procissão com vários objetos representando os elementos da crucificação de Jesus. No fundo um capitel de madeira, os capitéis eram construídos em estradas, feitos de pedra, local onde se podia rezar. Do outro lado muitos moldes de gesso de santos, um grande quadro da pintura de São Marcos e o leão, depois uma cadeira personalizada, usada nas igrejas e ao fundo uma imagem grande de Santa Terezinha das Rosas. Vimos também uma grande matraca, usada para chamar os fiéis para eventos sacros.

A visita foi interrompida. Passamos para uma sala de vídeo. Assistimos ao filme “Campo dos Bugres”.
Esse vídeo relata a entrada de Antonio Machado de Souza pelo campo dos bugres chegando à campanha. Na época em que os alemães já tinham chegado ao Brasil, por volta de 1824. Havia 4 localidades importantes no sul do Brasil na época: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antonio da Patrulha. A região do planalto era inexplorada, mata fechada, falavam em índios, rios cristalinos e pedras preciosas. Antonio Machado pretendia abrir uma trilha para alcançar a região serrana por esse atalho, por essa época chegava-se a região serrana pelo litoral. Ele saiu em março de 1864, iniciando a travessia, chegou ao Arroio dos Franceses, os dois irmãos encomendaram um queijo serrano, prova da vitória da proeza. A caravana entrou em trilhas de porco do mato, taiasuape. Encontraram resquícios de índios, marco da presença dos bugres. Exploraram a enconsta, depois de dias de viagem se depararam com vestígios de bugres em área desmatada com fortes vertentes e um lajeado. Os índios viviam de caça, pesca e coleta de pinhão, habitavam buracos, provavelmente para se proteger do frio.. O campo dos Bugres como foi chamado é hoje o centro de Caxias do Sul. Após a urbanização da cidade esse arroio foi canalizado.
Antonio Machado atingiu os campos de cima da Serra chegando as regiões que é hoje Vila Seca e Criúva, na época pertencentes a Santo Antônio da Patrulha. Conseguiram o queijo e entregaram a encomenda. Através de um índio velho souberam de relatos de uma batalha nessa região entre os índios daqui e os índios que vieram de Santa Catarina, esclarecendo sobre os dois montes encontrados no Campo dos Bugres, montes de corpos enterrados das vítimas da batalha.
Após a passagem de Antonio Machado os tropeiros começaram a utilizar essa nova rota. Foram 51 dias de viagem onde descobriram o Campo dos Bugres, esse caminho hoje é a Av. Rio Branco que leva a Ana Rech.


Saindo da sala de vídeo entramos na sala da mulher, com quarto montado, sala e cozinha. Aquecedor, Mena rosto.
No centro da mesa vimos como se faz o linho, a dressa com a palha, e cestos de vime. 

A exposição de brinquedos encantou as crianças, bonecas de todos os tipos, das mais rústicas as de porcelana.

Passamos para a sala de exposições provisórias: Exposição Palavra e Cenário São Marcos da Linha Feijó.
Fotos do Clube do Fotógrafo da região de São Marcos da Linha Feijó, mescladas com cartas do imigrante Paolo Rossato, através de relatos de seu modo de vida e de seus descendentes.



Roma