terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Vila Céu do Mapiá - AM

No município de Pauini, Amazonas, as margens do Igarapé Mapiá, está localizada a Vila Céu do Mapiá. Fundada em 1983 por Sebastião Mota de Melo. A vila está localizada dentro-_a Reserva Nacional do Inauiní-Pauiní. O Decreto 
N° 96.190, de 21 de junho de 1988 aprovou a comunidade, criando a floresta Nacional Purus numa área de 256.000 ha.


História do Padrinho Sebastião

Sebastião Mota de Melo.procurou  Mestre Irineu para curar seu fígado através da bebida santo daime. Com a morte de Mestre Irineu em 1971, o amazonense Sebastião Mota de Melo torna-se líder espiritual na Colonia 5000, curando e atraindo pessoas do mundo todo no uso ritualístico da bebida santo daime.
óleo sobre tela-V.Medeiros

Em 1980 Sebastião recebe a missão de expandir a doutrina a partir da criação de uma comunidade no meio da floresta. Parte do povo foi convencido a segui-lo para o seringal Rio do Ouro (Boca do Acre) nas terras oferecidas pelo Incra, foram dois anos, as terras tinham dono! Em 1983 nova epopéia. Os 34 desbravadores enfrentaram de tudo até chegar ao municipio de Pauini, as margens do Igarapé Mapiá, numa região afastada da civilização, de difícil acesso, sem luz elétrica, sem comércio, para viver uma experiencia de vida comunitária, a exemplo dos primeiros cristãos...
Padrinho Sebastião morreu em 1990 deixando a liderança para seu filho Alfredo Gregório Mota de Melo. Toda a vida na vila gira em torno da religião, dos roçados, escola, casa de saúde, feitio da bebida etc.. Todo ano uma multidão de peregrinos do mundo inteiro se sacrificam para chegar até a Vila para poder participar dos trabalhos ritualísticos diretamente na fonte.



Árvores tombadas no meio do Igarapé
Bancos de areia revelando o solo arenoso da Amazônia

Há mais de cem casas,  escola, posto de saúde, igreja, casas de comércio, casa de farinha, cozinha comunitária, oficina de motores, casa de artesanato, etc. O local é de difícil acesso, quando o Igarapé está cheio é feito por barcos e voadeiras, ou por estrada na época da seca.







 Desenhos feitos a beira do igarapé

Cupuaçu


Ponte coberta no meio da vila

Vista da ponte
Em cada viga uma pintura de pássaro da região
Desenhos da artista Karina Henestrosa

Casa da Madrinha Júlia
Padaria do Tonho José
Casa do Padrinho Nel
Mini geodésica em frente ao telecentro
Telecentro 30 minutos de Internet por ordem de chegada
Entrada da casa da Madrinha Rita - a Matriarca
O centro da Vila com cozinha comunitária ao fundo

Espaço coberto no Jardim da Natureza- onde são realizados trabalhos na mata

Centro da Vila



Casa da moradora mais antiga: vó Nogueira, telhado de palha
Hinário de Natal 2011 - despedida da igreja velha
Hinário de Natal - Madrinha Rita 
Presépio na igreja velha
Geodésica - igreja provisória idealizada por Silvio Galvão


Aniversário do Padrinho Alfredo na igreja provisória - cúpula geodésica

Boca do Acre - AM


BR 317 . Viagem longa, estrada sem asfalto nas áreas das reservas indígenas, estrada em péssimas condições, barrenta e lisa. Mas havia  trechos com asfalto, o que nos poupava um pouco.  Paisagem triste, pasto e gado e de vez em quando uma árvore altíssima, resquício de uma floresta exterminada. De vez em quando uma palafita ou casebre, um cachorro na estrada, um caminhão atolado na lama...


Vista da estrada para Boca, vestígios da floresta tombada    


A chegada em Boca do Acre é um alívio. Boca do Acre, no encontro dos Rios Acre e Purus é município do Amazonas. Possui em torno de 30.000 habitantes.A prefeitura está nas mãos de  Maria das Dores Munhoz.
  Sua história começa com o navio Anajás que aportou em 3 de fevereiro de 1878, da Cia de Navegação do Rio Amazonas, com o rico comendador João Gabriel de Carvalho e Melo  chefiando a expedição trazendo junto cerca de 60 homens. Essa região era habitada por índios. Em 1902 foi criado o distrito de Boca do Acre, que recebeu a categoria de vila em 1934. Junto com a Comarca de Floriano Peixoto, passou a município de Boca do Acre em 1943.




Casas coloridas 




Margem do Rio Purus

Economia é baseada na pecuária,  que possui um dos maiores rebanhos de gado para corte do estado. Muita floresta foi tombada para fazer pasto!!!!

Universidade 
Pintura característica demarcando as almofadas das aberturas
Sede do Partido dos Trabalhadores


Pintura do "hotel" em alusão à floresta




O portal na beira do Rio Purus, saúda em 3 línguas: português, espanhol e inglês, Boca do Acre é considerada porta de entrada do Amazonas para o Pacífico.


Casas suspensas para conter inundação
Comércio abre bem cedinho. O movimento é intenso, de dia, nessa rua comercial.
Casas coloridas e altas



Hotel Floresta - Ponto de encontro para chegar a Vila Céu do Mapiá


Painel na frente do hotel lembrando um passado próspero



Movimento na frente do Mercado Público



Estrada, uma parte asfaltada, outra com muita lama..., de Rio Branco: táxi ou de ônibus. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Rio Branco - Acre


RIO BRANCO - ACRE



Em torno de meia-noite e meia chegamos no aeroporto de Rio Branco - Plácido de Castro. Aeroporto moderno, a taxista Emilia nos leva até o hotel, conta que Rio Branco cresceu muito nos últimos anos, contou que o governo do petista Jorge Viana fez muitas melhorias na capital (de 1999 a 2007). O atual governador é irmão dele, Tião Viana. Ao atravessar as ruas asfaltadas e duplicadas nos conta que a cidade tem em torno de 347 mil habitantes e que a base da economia é a pecuária e o funcionalismo.
 Rio Branco é capital do Estado do Acre. Localizada as margens do Rio Acre, afluente do Rio Purus. A cidade surgiu com o ciclo da borracha no inicio do seculo dezenove. Nordestinos migraram para essa região, bem como outros povos de outros lugares do mundo. Considerada a 6ª cidade da região norte.
O prefeito atual é Raimundo Angelim.  A preocupação quando chegamos é com a alagação do Rio Acre, que ultrapassou o limite de  13,50 m, sinalizando alerta contra enchentes.
O Rio transbordou na terça-feira desabrigando muitas familias.

Mercado Velho restaurado
 Construido em 1929 as margens do Rio Acre, na Av.Epaminodas Jâcome. O espaço tem pontos comerciais de artesanato,  ervas medicinais e pontos de alimentação. Ao fundo a passarela Joaquim Macedo unindo as duas margens do rio Acre.
Estatuas enormes dão o toque de arte

Casario restaurado ao lado do Mercado Velho


Palácio Rio Branco
Estátua de Chico Mendes segurando uma criança pela mão. Praça Povos da Floresta. Próximo ao Palácio Rio Branco.



Catedral N.S.de Nazaré

Praça da Revolução, essa praça é do tempo em que o Acre pertencia a Bolívia. Sede da Polícia Militar do Estado do Acre. Ao fundo o Monumento aos heróis anônimos de 12 m. de altura.

Passarela Joaquim Macedo, concluída em 2006

O Casarão,  década de 1930, tem características arquitetônicas sírias e libanesas, como os lambrequins. Tombado em 2009.

Revolução Acreana


 A Revolução Acreana foi a revolta dos seringueiros e seus patrões (migrantes) que, no início do século 20, ocupavam o  Acre, pertencente à Bolívia. Insurgindo-se contra o governo boliviano, que cedera o território ao truste anglo-americano Bolivian Syndicate, os seringueiros proclamaram a independência da região, dando início à disputa diplomática que passou à história com o nome de Questão do Acre. Barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores, levou a disputa ao âmbito diplomático.
O problema com o Bolivian Syndicate se resolveu mediante a indenização de 110 mil libras esterlinas, para que ingleses e norte-americanos desistissem do contrato.  A Bolívia cederia ao Brasil uma área de 142.800 km2, em troca de 2 milhões de libras esterlinas. O Brasil, por sua vez, comprometia-se a construir uma estrada de ferro, a Madeira-Mamoré, a fim de garantir o escoamento da produção boliviana pelo rio Amazonas. 
Assinou-se, então, o Tratado de Petrópolis, em novembro de 1903, colocando-se um ponto final na Questão do Acre.

As religiões ayahuasqueiras, patrimônio cultural do Acre

Em  2006, o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal - Alto Santo foi tombado por decretos simultâneos do governador e do prefeito como patrimônio histórico e cultural do Acre e de Rio Branco. Foi reconhecido a relevância histórica e cultural desta instituição para a formação da doutrina do Daime, bem como para a formação da própria sociedade acreana, reunindo elementos de cultura material e imaterial que evidenciam o sincretismo amazônico em suas variadas vertentes.
Em  junho de 2005, foi criada a primeira Área de Proteção Ambiental (APA) do Acre na Vila Irineu Serra, a Aparis – Área de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra
A Vila Irineu Serra existe há mais de 65 anos e foi ali que o mestre Irineu fundou o CICLU Alto Santo. A Área de Preservação Ambiental Raimundo Irineu Serra (Aparis), com cerca de 1,2 mil hectares, forma a maior área verde da bacia do igarapé São Francisco, na cidade de Rio Branco.

A política de preservação do Patrimônio Imaterial brasileiro foi instituída pelo Decreto federal 3.551 de 2000. A ação institucional é pensada na forma de identificação,registro e salvaguarda do bem cultural.
http://culturarb.blogspot.com/2011/06/declarar-ayahuasca-patrimonio-imaterial.html

Em setembro de 2006, as instalações da vertente do Santo Daime, denominada Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – CICLU-Alto Santo foram tombadas como patrimônio histórico e cultural do Acre por um decreto do governador Jorge Viana e do prefeito Raimundo Angelim.
http://www.pontourbe.net/edicao7-artigos/124-as-religioes-ayahuasqueiras-patrimonio-cultural-acre-e-fronteiras-geograficas-

Roma