quarta-feira, 3 de março de 2010

Assisi

06/01/2010 – Assisi

“Agriturismo d’Olive” São Apollinare 3 Capo d’agua. O Agriturismo está no alto de uma colina em meio a uma plantação de oliveiras. Um casarão de 1.865 reformado, todo para nós, móveis antigos, lustres de Veneza, chão com mosaicos de mármore...
Cristina só aparece de manhã para servir o café e depois vai embora. Podemos utilizar a cozinha, que está toda equipada. Há várias salas, de jantar, de estar com TV, toda aquecida, claro, todos os locais onde andamos são aquecidos, no Brasil passamos frio, pois não temos o hábito de aquecimento nas casas! Mas não podíamos ficar curtindo o Agriturismo, temos os dias contados...

Ficamos com a chave do casarão e saímos para conhecer a terra de São Francisco.
Assis, terra de São Francisco. Aqui ele viveu com sua família rica e se despojou de tudo para viver na simplicidade e pobreza, seguindo o exemplo de Jesus.

Vielas, casarios medievais, muitos detalhes graciosos, vasos, enfeites de ferro. Muito artesanato nas lojinhas.


Subimos até o castelo Rocca Magiore, o Rubens o visitou há dois anos. Mas não entramos. Batemos fotos e descemos à cidade.


Visitamos a Igreja de Santa Clara. Quanta beleza. Na parte de baixo tem a Igreja de São Rufino, pagamos 3 euros para entrar nos porões, onde estão as ruínas de Igreja, soterrada pela construção de cima. Várias câmaras com imagens sacras, pedaços de construção, colunas, etc..
A seguir fomos procurar a Igreja de São Francisco. Fiquei encantada com os afrescos de Giotto e Fra Angelico. Expliquei para a D. Ivanira sobre os afrescos narrando a vida de São Francisco. Ela questionou tanta riqueza, não era isso o que S. Francisco pregava. Contei a ela que a Igreja foi construída depois de sua morte. A outra vez que o Rubens esteve aqui contou que se emocionou e chorou na tumba de São Francisco. Realmente foi muito emocionante. Velas podem ser ofertadas ou lampadinhas acesas com monetas.
Chegamos à parte de cima da cidade por um caminho que deu num estacionamento com elevador, passando por um túnel romano! Tinha toalete, graças a Deus!!! A vista de cima é muito bela, região da Umbria com suas oliveiras e pinheiros. Não imaginava que fosse uma cidade tão linda. Cheia de arte, de azulejos, pratos de cerâmica, muito artesanato
Pequenos porões com museus, casas de lanches, lojas e teatro. Comemos fatias de pizzas.
O presépio em frente a Igreja de São Francesco nos emocionou. Em tamanho natural, em homenagem ao falecido monge Louigi que montava o presépio todo o ano.
Voltamos ao Agriturismo. Banhos, acerto de contas e janta às 20 horas no restaurante indicado pelo Agriturismo. Apesar do GPS, nos perdemos feio e tivemos que ligar para que nos resgatassem até o restaurante. Um garçon serviu, 3 tipos de antepasto, primo piato, secondo piato, entorno e insalata. No final doce e café com graspa. Todos nós voltamos muito felizes, alegria do vinho e da graspa!

Um pouco de história
Assis é de origem romana. Francisco nasceu em 1182, filho de um comerciante de tecidos. Entrou para o serviço militar quando Assis entrou em guerra com a vizinha Perugia. Foi feito prisioneiro, adoeceu e entrou numa grande crise mística. Foi no oratório de São Damião que Francisco ouviu o chamado de Deus para “arrumar” a casa divina. Foi repudiado pelo pai e renunciou a tudo para se colocar ao serviço de Deus, vivendo na pobreza, mas na maior felicidade! Vestia o corpo com tecido rústico, atado com uma áspera corda, andava descalço ou com toscas sandálias. Entrava nas aldeias para pregar, exortava, fascinava imune a fadigas e fracassos. Reuniu seus fiéis na igreja de Porciúncula e ali recolheu a nobre Clara Offreduzzi a quem deu a condição de abadessa do ramo feminino da ordem franciscana, denominadas Clarissas. Os pontos fundamentais eram a pobreza suportada com alegria e a comunhão com todas as coisas criadas. No convento toscano de Verna S.Francisco recebeu os sagrados estigmas. Em 1210 a ordem dos franciscanos foi reconhecida pela Igreja. Ele morreu no dia 3 de outubro de 1226, às 7 horas da tarde entoando seu Cântico, na Porciúncula.
A Basílica de S. Francisco foi iniciada em 1228 e consagrada em 1253 e as obras do convento foram construídas no século XIII e XIV. É considerada gótica por ter sido construída naquela época. A Basílica é uma superposição de duas igrejas. A construção aproveita o desnível da colina sobre a qual se ergue o convento. A parte inferior não tem fachada, nela está a cripta com a sepultura do santo, uma urna de pedra cercada com barras de ferro. A Igreja inferior tem abóbadas de aresta, com pouco altura e pouco luminosidade, mas traz uma sensação de harmonia. A Igreja superior, ao contrário tem grandes janelas e abóbadas altas. As duas igrejas são cobertas de frescos de Cimabue, Giotto, Simone Martini, Pietro Lorenzetti e o Mestre de S.Francisco. Os frescos narram momentos da vida de Cristo e de S. Francisco e episódios do Apocalipse. É considerada obra-prima do gótico italiano e o protótipo das igrejas franciscanas, sem naves laterais, de forma mais adequada para a pregação.

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