O
Mato Sartori é uma reserva de 6,6 hectares conservada no centro da
cidade, incrível essa área não ter sido desmatada pelo avanço
urbano. Pois é, a Rua Borges de Medeiros tem essa riqueza no final
da via.
Lá podemos ver espécimes de árvores nativas da região
como o carrapicho, sucará, mamica-de-cadela, erva-mate, cedro,
canela-merda e tantas outras. Esse
parque nos mostra um pouco da
flora nativa da cidade
nos seus primórdios, a
Floresta Ombrófila Mista,
Mata de Araucária, pertencente
ao bioma Mata Atlântica.
Espaço onde os estudantes podem sentar para a merenda
Início da trilha na mata
As trilhas são sinalizadas
Cipós formando emaranhados artísticos
Infelizmente
o parque não está aberto para o público, as visitas são agendadas
e guiadas por pessoas especializadas. Normalmente são grupos de
estudantes das escolas da região. O parque tem um centro
administrativo na entrada com estrutura para receber turmas e salas
para palestras. Quando o conheci em 2010, o parque estava com toda a
estrutura recém-reformada, acompanhei várias turmas de estudantes
da escola Marianinha Queiroz. Conheci as diversas trilhas, das mais
simples as mais complexas, como a Trilha dos pinheiros, da pinguela
e do carrapicho.
Este
ano acompanhei o sétimo ano da Escola Armindo Turra. O parque ficou
um tempo fechado e há um ano reabriu, o tempo passou e as
instalações das trilhas estão necessitando de reformas como o
mirante que não pode ser acessado. Mas mesmo assim é um passeio
maravilhoso, fomos recebidos e guiados pelo acadêmico de biologia
Ramón que nos mostrou curiosidades das plantas, nos contando do
bioma a que pertencem: floresta ombrófila mista.
Trilha do carrapicho: Passeio suspenso
Trilha dos Pinheiros
É a maior trilha do Parque. Em torno de 1.090 metros. A maior atração é o Observatório, com 20 metros de altura. Infelizmente está interditado.
Observatório com 20 metros de altura.
O mirante estava interditado, não podemos subir para ver a vista da cidade
Vista da cidade
Trilha da Pinguela
São 180 metros, mas com dificuldade, pois há subidas e descidas íngremes. Passa-se pela pinguela, de 15 metros de extensão.
Algumas das árvores nativas do parque:
Camboatá Branco – Matayba elaeagnoides Radlk.
Mede em torno de 14 metros de altura. Suas folhas são ásperas ao toque. Florescem entre setembro e novembro. Flores são pequenas, brancas e verdes. Os frutos amadurecem de dezembro a janeiro. Muito usada em recuperação de áreas degradadas.
Canela-gaicá - Ocotea puberula
Nativa com uso em arborização urbana e celulose. Nas comunidades indígenas é usada para tratamento de tumores e afecções de pele.
Canela- merda – Nectandra megapotamica. Sua folha tem um cheiro característico.
Carrapicho – Sloanea monosperma Vell
Os espécimes do parque são muito antigos, seu tronco deformado lembrando seres fantasmagóricos. Chega a atingir até 25 metros de altura. Possui tronco rugoso e oco, favorável a tocas de animais. Suas flores são amarelas e pequeninhas que florescem entre agosto e setembro. Os frutos são cobertos de pequenos espinhos, por isso o nome carrapicho, pois gruda no pelo dos animais e roupas, favorecendo a proliferação das sementes em outros lugares.
A trilha do Carrapicho circula um carrapicho enorme com deck suspenso.
Cedro: Cedrela fissilis Vell
Essa nativa ameaçada de extinção, pode chegar aos 30 metros de altura. Gosta de solos profundos e úmidos.
Cerejeira - Eugenia Involucatra DC - Mede até 15 m. de altura, com casca lisa, cinza clara, cresce lentamente, prefere solos úmidos e profundos. Seus frutos são comestíveis.
Chal-chal – Allophylus edulis (A.St.Hill, Cambess.& A.Juss)
Mede até 10 m. de altura. Seu tronco é tortuoso de casca escamante. Apresenta flores pequenas, brancas e melíferas que aparecem entre setembro e outubro. Frutifica de novembro a dezembro e são frutos são vermelhos e pequenos. Nos meses frios perde parte de suas folhas.Guabiroba – Campomanesia xanthocarpo Berg.
Erva
Mate – Ilex paraguariensis St.Hil.
A
árvore onde se tira a famosa erva dos gaúchos usada no chimarrão.
Mede até 15 metros de altura. Suas folhas são longas e largas com
flores pequenas e pálidas. Seus frutos servem de alimentos para
pássaros. Também é usada no paisagismo como ornamental.
Mamica-de-Cadela –
Zanthoxylum rhoifolium Lam
Essa
nativa é comum nas matas. Mede até
12 metros de altura. Seu tronco, quando
jovem, possui aculhos,
semelhantes a espinhos,
mas ao contrário destes, conseguem sobreviver sem tirar nutrientes
da árvore. Possui copa
alongada e irregular. Floresce quase o ano todo, com maior
predominância nos meses de agosto a novembro. Os frutos amadurecem
de janeiro a março. É usada no reflorestamento de áreas
degradadas,uso ornamental também e uso medicinal.
Murta - Blepharocalyx salicifolius (H.B.& K) Berg.
Mede até 20 m. de altura. Tem copa densa comfolhas cobertas por pelos sedosos. Suas flores são perfumadas, florescem entre agosto e dezembro.
Sucará -
Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera
Árvore
mais rara, talvez devido aos espinhos que possui. Seus espinhos são
muito asseados, usados para suturar ,ferimentos. Mede até 15 metros
de altura. Apresenta tronco de casca rugosa pardo clara, com grossos
espinhos retos. Floresce de dezembro a abril, predominante em
fevereiro. Ocorre nas matas dos pinhais, no interior e na borda dos
capões, em solos úmidos e rochosos. Usada na recuperação de áreas
degradadas.
Xaxins
Avistamos poucos xaxins, com certeza foram tirados para fazer vasos, comum antigamente, hoje isso é proibido por lei.
Essas samambaias gigantes são protegidas por lei, por estarem na lista das plantas ameaçadas de extinção. A extração é proibida por lei.
Xaxim-de-espinho –
Alsophila setosa - Formada por caules eretos, chega a medir 10
metros de altura. Apresenta espinhos no tronco . Suas folhas são
maiores, chegam a medir cerca de 1 metro a 4 metros. Se desenvolve em
lugares mais úmidos.
Xaxim –
alosophila Setosa Kaulf.
Postagem antiga do Mato Sartori: